
Deus, em sua infinita bondade e graça, se dispõe a nos ensinar de diversas maneiras os conceitos essenciais para que tenhamos um relacionamento pleno com Ele.
É assim com o ensino da importância da celebração da Páscoa, iniciado com o povo hebreu no Egito e que ganhou um reforço ao completar um ciclo com o sacrifício de Cristo, consumado justamente na época desta celebração.
Após conhecermos mais sobre a origem da Páscoa para o povo Judeu, neste texto vamos mergulhar mais na Páscoa de Jesus e no que temos a aprender com ela.
Foi importante que tenha sido na Páscoa
Dos símbolos citados no parágrafo anterior, talvez o de maior significado para o início da Páscoa tenha sido o sangue do cordeiro passado na porta das residências do povo hebreu. Afinal, a morte não passou pelas casas de quem havia obedecido à orientação de Deus e colocado o sinal à vista.
O sacrifício de Jesus é a materialização deste sacrifício, e o povo já tinha recebido um “spoiler” de que isso aconteceria alguns anos antes, com João Batista.
Logo no primeiro capítulo do Evangelho de João, lemos a respeito desta cena:
“No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, (João 1:29).
Ou seja: João, textualmente, já anunciava que Jesus era o cordeiro (numa analogia ao cordeiro Pascal) que livraria o mundo de uma nova morte: neste caso, a morte pelo pecado.
É por isso que faz tanto sentido que tudo tenha acontecido na Páscoa. Foi o novo marco, um significado ainda mais potente para a libertação tão celebrada pelo povo, consumado por um ato ainda mais assombroso: a ressurreição.
Uma festa com gosto de sangue
Não podemos deixar de observar, porém, como a Bíblia mostra que o pecado já tinha criado raízes profundas no povo de Israel. A história da Paixão de Cristo acontece justamente num período em que a nação deveria estar em festa.
Porém, ao invés de se lembrarem de onde saíram e da misericórdia que o Senhor teve para com seus antepassados, os israelitas se deixaram levar por líderes mal intencionados e começaram a ansiar por sangue. Com a chance de pedir pela libertação de mais de um prisioneiro, contentaram-se em gritar para que Pilatos crucificasse a Jesus.
Perguntou Pilatos: “Que farei então com Jesus, chamado Cristo? ” Todos responderam: “Crucifica-o!”; “Por quê? Que crime ele cometeu? “, perguntou Pilatos. Mas eles gritavam ainda mais: “Crucifica-o!”, (Mateus 27:22,23).
Tal atitude surpreendeu ao próprio Pilatos, que resolve lavar as mãos, registrando que seria inocente do derramamento do sangue de Jesus. O povo, então, diz:
“Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos”, (Mateus 27:25).

Um desvirtuamento como este do espírito do feriado da Páscoa não acontece de uma vez. Certamente, foram anos de afastamento do povo dos caminhos do Senhor para que chegasse a este ponto.
A pergunta, então, é pertinente: em qual caminho estamos? Somos o tipo de povo que clama por misericórdia ou por crucificação?
A vitória completa
Mesmo sendo uma morte injusta, de um homem sem pecado, em prol da humanidade, a crucificação de Cristo mudou a história de forma definitiva para sempre e acabou da única forma possível: com a Sua vitória absoluta sobre a morte.
O sacrifício de Jesus não foi em vão, e Sua ressurreição é a prova definitiva de que Ele tinha, e tem, autoridade sobre a morte, podendo, então, livrar dela a todos nós que seguimos os Seus caminhos.
Ensinamentos Pascoais
A Páscoa é uma época em que celebramos a libertação. Para judeus e gentios, caminhar com Cristo é se ver livre do peso do pecado. Mas não é uma liberdade vazia e disponível para se sujar novamente, como aconteceu com o povo de Israel.
Ser limpo do pecado pelo sangue de Jesus vem com a responsabilidade de que busquemos apresentar essa libertação a outros. Devemos agir com compaixão e misericórdia, buscando sempre o melhor de nossos irmãos, para que conheçam e desfrutem da mesma bênção que nós.
Jesus veio para trazer significado para aquilo que era vazio e ressignificar várias coisas que necessitavam de renovo, seja para serem corrigidas, seja para serem melhoradas. No caso da Páscoa, a entrega de Jesus é a materialização de sinais e símbolos que já vinham sendo demonstrados ao povo de Deus desde o início do “feriado”.
Que, hoje, saibamos reconhecer tais símbolos em nossa realidade.
Gostou? Então leia também a conclusão da série especial de Páscoa: A importância da CEIA DO SENHOR